As vacinas representam um dos maiores avanços da humanidade no combate a doenças infecciosas, salvando milhões de vidas ao longo da história. Por meio da vacinação populacional, as vacinas são capazes de gerar a chamada imunidade coletiva, protegendo não apenas os vacinados, mas também aqueles que, por razões de saúde, não podem ser imunizados. Exemplos históricos, como a erradicação da varíola e o controle de doenças como poliomielite e sarampo, demonstram o poder das vacinas no controle de doenças infecciosas.
Durante a pandemia de covid-19, as vacinas foram desenvolvidas em tempo recorde, impulsionadas pela colaboração científica global, por investimentos significativos de diversos países e pelo emprego de tecnologias inovadoras. Além disso, a elevada taxa de transmissão do vírus acelerou a obtenção de resultados nos estudos clínicos, permitindo que fossem concluídos mais rapidamente. Os esforços na corrida das vacinas resultaram em imunizantes seguros e eficazes, capazes de reduzir hospitalizações e óbitos, mesmo diante do surgimento de novas variantes do vírus.
No entanto, a história das vacinas também é marcada por desafios e controvérsias. O Brasil, reconhecido mundialmente como modelo por seu Programa Nacional de Imunizações, enfrentou um aumento na hesitação vacinal, alimentada pela desinformação e pela disseminação de teorias conspiratórias. Durante a gestão Bolsonaro, o atraso na aquisição de vacinas agravou o impacto da covid-19 no país, evidenciando como a politização e o negacionismo científico podem custar vidas.
As vacinas contra a covid-19 ajudaram a encerrar a emergência sanitária, mas a desinformação continua afetando a vacinação, reduzindo a adesão e aumentando a hesitação vacinal. Apesar do monitoramento contínuo das vacinas na fase de farmacovigilância dos estudos clínicos, informações equivocadas sobre segurança focaram nos eventos adversos, como miocardite, trombose e embolia, que são raros e têm menor chance de ocorrer com a vacinação do que com a própria covid-19. Um estudo recente na Inglaterra com 46 milhões de pessoas mostrou que a vacinação, além de proteger contra a covid-19, reduz os riscos cardiovasculares, pois evita o agravamento da covid-19, que pode causar infarto, AVC e trombose.
A desinformação sobre vacinas não se restringe à covid-19, uma vez que ameaça décadas de progresso em saúde pública, contribuindo para a queda na cobertura vacinal e o ressurgimento de doenças controladas. É necessário reforçar o papel das vacinas como ferramentas seguras e essenciais para proteger a saúde coletiva.
Neste acervo, destacamos os registros que mostram a desinformação e o negacionismo propagados por meio de discursos e condutas de agentes públicos e privados, que atuaram na pandemia para minar a confiança do povo brasileiro nas vacinas.