O agente causador da covid-19, o SARS-CoV-2, pertence à família dos coronavírus, que inclui vírus capazes de infectar tanto seres humanos quanto animais. Inicialmente chamado de “novo coronavírus” (2019-nCoV), foi oficialmente nomeado SARS-CoV-2 em fevereiro de 2020 pelo Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus (ICTV), devido à semelhança de seu genoma com o SARS-CoV, outro coronavírus identificado anteriormente. O SARS-CoV-2 foi o responsável por desencadear a pandemia de covid-19, que impacta o mundo desde 2020.
Esse vírus tem estrutura única, com proteínas de superfície em forma de coroa, característica que dá origem ao nome “coronavírus”. Seu material genético é composto por RNA, e a proteína Spike, localizada na superfície do vírus, desempenha um papel essencial na infecção, permitindo sua entrada nas células humanas ao interagir com a enzima conversora da angiotensina-2 (ECA-2), entre outras proteínas humanas de superfície celular. A proteína Spike do vírus também é um dos principais alvos da imunidade conferida pelas vacinas contra a covid-19. Além disso, outras proteínas do vírus, como a proteína N, são fundamentais para o diagnóstico da doença, e são detectadas em testes rápidos amplamente utilizados.
Embora o debate sobre a origem do SARS-CoV-2 continue ativo, as evidências científicas apontam para um salto zoonótico natural, em que o vírus teria sido transmitido de animais silvestres para humanos. Desde o início da pandemia, a comunidade científica global se mobilizou para sequenciar o genoma do vírus, compreender sua biologia e desenvolver estratégias de diagnóstico, tratamento e prevenção, como as vacinas que até hoje ajudam a conter a doença. Entender o SARS-CoV-2 foi essencial não apenas para controlar a pandemia, mas também para antecipar e responder a futuras emergências de saúde pública. A ciência segue avançando para desvendar os desafios impostos por esse vírus e suas variantes, fortalecendo nossa capacidade de resposta coletiva.
As evidências reunidas no acervo indicam que, quando a pandemia atingiu o Brasil, o conhecimento limitado sobre o vírus, as disputas em torno da definição e da origem do vírus, combinadas à disseminação de informações falsas, dificultaram a implementação de medidas de prevenção e tratamento eficazes, o que consequentemente ampliou a crise sanitária e a exposição de parcelas da população ao vírus.