Descrição
Vídeo de paródia musical postado no Facebook por Otávio Fakhoury, com participação de influenciadores e políticos propagadores de desinformação na pandemia. A canção, com autoria de Marta Serrat e Moses Gomes, e vídeo dirigido por Nando Baltazar, defende o tratamento precoce sem comprovação científica e critica medidas como lockdown e uso de máscaras.
Até essa data, registravam-se 205.964 óbitos pela covid-19.
Dados do site https://covid.saude.gov.br
Informações Gerais
Descrição
Vídeo de paródia musical postado no Facebook por Otávio Fakhoury, com participação de influenciadores e políticos propagadores de desinformação na pandemia. A canção, com autoria de Marta Serrat e Moses Gomes, e vídeo dirigido por Nando Baltazar, defende o tratamento precoce sem comprovação científica e critica medidas como lockdown e uso de máscaras.
Tipo da evidência
Formato
Atores envolvidos
Agentes institucionais envolvidos
Número de óbitos registrados na época em que este fato aconteceu
205964
Dados da fonte de informação
Data da publicação
13 de janeiro de 2021
Título original
BRASIL VENCENDO O COVID19
Fonte de coleta (Dados da fonte de informação)
Otávio Fakhoury
Link para o material original
Link para archive.org (way back machine ou outra plataforma)
O que diz a ciência
Conteúdo sobre o que diz a Ciência
Este vídeo, que circulou amplamente nas redes sociais em janeiro de 2021, postado por Otávio Fakhoury, conta com a participação de influenciadores e políticos conhecidos por propagar desinformação na pandemia, como a deputada federal Bia Kicis e a juíza seguidora de Olavo de Carvalho, Ludmila Lins Grillo. Em canção proposta por Marta Serrat, composta por Moses Gomes, e vídeo filmado por Nando Baltazar, o tratamento precoce, sem comprovação científica, é defendido, enquanto medidas eficazes, como o lockdown e o uso de máscaras, são criticadas.
A letra da canção do vídeo contraria as evidências científicas disponíveis até então, colocando as recomendações sanitárias em descrédito. Em relação ao tratamento precoce defendido no vídeo, em maio de 2020, quase um ano antes, um documento da Organização Panamericana de Saúde (OPAS) já alertava sobre o fato de as evidências que embasaram o uso de cloroquina/hidroxicloroquina serem evidências de estudos com metodologias subótimas. O Conselho Nacional de Saúde (CNS) se posicionou contra o tratamento precoce com cloroquina/hidroxicloroquina, considerando os riscos do uso desses medicamentos no tratamento da covid-19. Além disso, já havia diversos estudos publicados concluindo que esse tratamento, além de não ser eficaz contra a covid-19, poderia aumentar as complicações da própria doença, devido ao risco de eventos adversos graves associados a cloroquina e hidroxicloroquina, especialmente os efeitos cardiovasculares.
Em relação ao uso de máscaras, os estudos que verificaram a efetividade da recomendação de uso de máscaras para prevenção e disseminação do SARS-CoV-2, mostraram que as máscaras, quando usadas adequadamente, poderiam sim ser eficazes no controle da disseminação da doença. Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Tókio, por meio de uma simulação de transmissão do SARS-CoV-2 pelo ar, utilizando aerossóis testou a eficácia de diferentes tipos de máscaras na prevenção da infecção. O estudo constatou que a proteção foi mais elevada quando as máscaras estavam sendo utilizadas pelos transmissores dos vírus, apesar de não conseguirem bloquear completamente a transmissão. No entanto, o contexto da covid-19 foi de uma pandemia de uma doença com alta transmissibilidade, em que até pessoas assintomáticas ou pré-sintomáticas poderiam transmitir o vírus. Sendo assim, a recomendação de uso de máscara para todos era a melhor recomendação de saúde para aquele momento, visando promover a saúde coletiva.
Por fim, no que diz respeito ao lockdown, desde 2020 já existiam estudos que analisaram a eficácia da combinação entre a quarentena e outras medidas de controle em saúde para a contenção da covid-19. A ciência já destacava que modelos combinados de prevenção, como fechamento de escolas e distanciamento social, demonstravam ter mais efeito na redução de novos casos, transmissões e mortes. Apesar de o lockdown ser a medida de isolamento mais restritiva, permitindo apenas a circulação de trabalhadores de serviços essenciais, em situações como a da covid-19 — uma pandemia sem precedentes causada por um vírus sobre o qual havia pouco conhecimento —, essa estratégia pode se tornar necessária e é respaldada pela ciência. Seu objetivo é reduzir a transmissão da doença e evitar o colapso do sistema de saúde. Por isso, trata-se de uma medida de saúde pública e recomendada na gestão de emergências sanitárias.
Fontes
Alfano V, Ercolano S. The efficacy of lockdown against covid-19: a cross-country panel analysis. Appl Health Econ Health Policy. 2020. | Nota Pública: CNS alerta sobre os riscos do uso da Cloroquina e Hidroxicloroquina no tratamento da covid-19. 22 mai 2020. | Nussbaumer-Streit B et al. Quarantine alone or in combination with other public health measures to control COVID-19: a rapid review. Cochrane Database Syst Rev. 2020. | PAHO Pan American Health Organization. COVID-19: Chloroquine and hydroxychloroquine research. 8 mai 2020. | Ueki H et al. Effectiveness of Face Masks in Preventing Airborne Transmission of SARS-CoV-2. mSphere. 2020.