Descrição
Vídeo de coletiva de imprensa do Ministério da Saúde em que se defende que a população atendida pelo SUS tenha o direito de escolher ser tratada com medicamentos que já estavam sendo utilizados em grandes empresas privadas (como Unimed e Prevent Senior), mesmo não havendo evidências científicas consolidadas que comprovassem sua eficácia para covid-19.
Até essa data, registravam-se 18.859 óbitos pela covid-19.
Dados do site https://covid.saude.gov.br
Informações Gerais
Descrição
Vídeo de coletiva de imprensa do Ministério da Saúde em que se defende que a população atendida pelo SUS tenha o direito de escolher ser tratada com medicamentos que já estavam sendo utilizados em grandes empresas privadas (como Unimed e Prevent Senior), mesmo não havendo evidências científicas consolidadas que comprovassem sua eficácia para covid-19.
Tipo da evidência
Formato
Atores envolvidos
Agentes institucionais envolvidos
Número de óbitos registrados na época em que este fato aconteceu
18859
Dados da fonte de informação
Data da publicação
20 de maio de 2020
Título original
Coletiva de Imprensa no Ministério da Saúde sobre Covid-19
Fonte de coleta (Dados da fonte de informação)
TV Brasil
Link para o material original
O que diz a ciência
Conteúdo sobre o que diz a Ciência
A recomendação do Ministério da Saúde acerca do uso de cloroquina e hidroxicloroquina para o tratamento precoce de covid-19 foi baseada em conclusões equivocadas sobre tais medicamentos. É importante ressaltar que não havia evidências científicas robustas que comprovasse a eficácia de qualquer medicamento para o tratamento de covid-19, incluindo a cloroquina e a hidroxicloroquina, e os estudos relacionados a esses medicamentos e à covid-19 não apresentavam metodologias adequadas para, de fato, indicá-los no tratamento da doença em questão. Além disso, a experiência no uso desses medicamentos para outras doenças não justifica a prescrição para a covid-19, já que a cloroquina e a hidroxicloroquina são utilizadas para doenças causadas por outros tipos de agentes, que não são vírus, e para doenças autoimunes.
Em maio de 2020, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), uma subdivisão da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicou uma revisão rápida da evidência existente até aquele momento sobre o uso de hidroxicloroquina e cloroquina para o tratamento da covid-19, na qual reiterava a falta de evidência comprobatória e robusta sobre a eficácia desses medicamentos em relação ao novo coronavírus. No momento da publicação das orientações do Ministério da Saúde, as evidências científicas veiculadas em diversas revistas científicas de grande circulação já mostravam que as metodologias adotadas nos estudos favoráveis ao uso de cloroquina e hidroxicloroquina eram inadequadas.
Dessa forma, o Ministério da Saúde, ao publicar tais orientações, agiu de forma contrária às evidências científicas, pois, à época, as publicações e os estudos científicos já reforçavam a ausência de eficácia de cloroquina e hidroxicloroquina na covid-19, e, por isso, a comunidade científica se manifestou desfavorável ao uso desses medicamentos para tratar a covid-19, além de também reforçar a contraindicação de tais medicamentos para o tratamento da doença.
Fontes
Fihn SD, Perencevich E, Bradley SM. Caution Needed on the Use of Chloroquine and Hydroxychloroquine for Coronavirus Disease 2019. JAMA Netw Open. 2020. | Floss M, Tolotti G, Rossetto AS, Camargo TS, Saldiva PHN. Linha do tempo do “tratamento precoce” para Covid-19 no Brasil: desinformação e comunicação do Ministério da Saúde. Interface (Botucatu), 2023. | PAHO, Pan American Health Organization - Organização Pan Americana de Saúde. COVID-19: Chloroquine and hydroxychloroquine research. Rapid Review, 8 mai 2020.