Descrição
Reportagem da CNN Brasil sobre o depoimento de Mayra Pinheiro na CPI da Pandemia. A então Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde afirmou que não tinha conhecimento prévio sobre a falta de abastecimento de oxigênio em Manaus.
Até essa data, registravam-se 452.031 óbitos pela covid-19.
Dados do site https://covid.saude.gov.br
Informações Gerais
Descrição
Reportagem da CNN Brasil sobre o depoimento de Mayra Pinheiro na CPI da Pandemia. A então Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde afirmou que não tinha conhecimento prévio sobre a falta de abastecimento de oxigênio em Manaus.
Tipo da evidência
Formato
Atores envolvidos
Temas
Agentes institucionais envolvidos
Número de óbitos registrados na época em que este fato aconteceu
452031
Dados da fonte de informação
Data da publicação
25 de maio de 2021
Título original
Mayra Pinheiro diz que "não houve percepção" de que faltaria oxigênio em Manaus
Fonte de coleta (Dados da fonte de informação)
CNN Brasil
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O que diz a ciência
Conteúdo sobre o que diz a Ciência
A ex-secretária da Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, afirmou, no dia 25 de maio de 2021, que não tinha conhecimento prévio sobre a iminente falta de oxigênio em Manaus. No entanto, a Advocacia Geral da União afirmou ao Supremo Tribunal Federal que o Governo Federal estava ciente da escassez de oxigênio em Manaus desde o dia 8 de janeiro, ou seja, 6 dias antes da crise eclodir, através de um e-mail enviado pela própria empresa fornecedora, a White Martins. Inclusive, a White Martins reencaminhou ao Ministério da Saúde um ofício que já havia sido enviado no dia anterior ao governo do Amazonas. No ofício, a White Martins informou que o aumento imprevisto da demanda agravou abruptamente a situação, superando em muito o contratado pela Secretaria Estadual de Saúde. A empresa até fez a indicação de outro fornecedor de oxigênio, sem violar o contrato, devido ao estado de calamidade pública.
Além disso, a própria Mayra Pinheiro esteve na capital do Amazonas, para uma missão de reconhecimento em nome do Ministério da Saúde, dias antes da eclosão do caos na cidade. Todavia, ela relatou que o problema presente em Manaus era a falta de adesão ao tratamento precoce. Mesmo com as evidências científicas apontando que o tratamento precoce não era eficaz para tratar a covid-19, em vez de focar na mitigação da doença e no controle das demandas dos cuidados hospitalares, Mayra continuou defendendo a terapêutica não comprovada cientificamente. Mayra Pinheiro ainda promoveu o aplicativo TrateCov, o qual foi desenvolvido com base em um algoritmo sem embasamento científico para diagnosticar a covid-19. Portanto, é evidente que a ex-secretária, sendo médica e membro do Ministério da Saúde na época, e tendo visitado a cidade, estava inserida em um contexto que permitia conhecer e entender a situação de Manaus de forma detalhada, o que coloca em descrédito a sua afirmação na CPI da pandemia.
Fontes
CFM. Conselho Federal de Medicina. Esclarecimento à Imprensa. 2021. | Nota Pública: CNS alerta sobre os riscos do uso da cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da covid-19. 22 mai 2020. | PAHO Pan American Health Organization. Covid-19: chloroquine and hydroxychloroquine research. Rapid Review. 8 mai 2020. | Pinheiro C, Emery F. Cloroquination: como o Brasil se tornou o país da cloroquina e de outras falsas curas para a covid-19. Paraquedas. 2022. | Sassine V. Governo Bolsonaro diz ao STF que Saúde sabia desde o dia 8 sobre escassez de oxigênio em Manaus. Folha de S. Paulo. 2021. | TCU Tribunal de Contas da União. Aplicativo TrateCov recomendava tratamento precoce da covid-19. 4 ago 2021. | Teófilo S. Governo assume que sabia desde o dia 8 da crise do oxigênio em Manaus. Correio Braziliense. 18 jan 2021.