Descrição
Reportagem da UOL na qual Mayra Pinheiro, conhecida como “Capitã Cloroquina”, defende o tratamento precoce.
Até essa data, registravam-se 452.031 óbitos pela covid-19.
Dados do site https://covid.saude.gov.br
Informações Gerais
Descrição
Reportagem da UOL na qual Mayra Pinheiro, conhecida como “Capitã Cloroquina”, defende o tratamento precoce.
Tipo da evidência
Formato
Atores envolvidos
Temas
Agentes institucionais envolvidos
Número de óbitos registrados na época em que este fato aconteceu
452031
Dados da fonte de informação
Data da publicação
25 de maio de 2021
Fonte de coleta (Dados da fonte de informação)
Portal da UOL
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O que diz a ciência
Conteúdo sobre o que diz a Ciência
A médica Mayra Pinheiro recomendou aos médicos e outros profissionais da Atenção Básica de Saúde (ABS) a implementação do “tratamento precoce” com a finalidade de reduzir a sobrecarga do sistema de saúde. Essa recomendação foi baseada no raciocínio de que esse esquema terapêutico pudesse prevenir tanto hospitalizações como as formas graves de covid-19. Todavia, no momento dessa declaração, a literatura científica já apresentava diversas evidências sobre a falta de eficácia do “tratamento precoce” na covid-19. Revisões sistemáticas publicadas em renomadas revistas científicas já evidenciavam que a cloroquina não promovia benefício no tratamento e que a hidroxicloroquina, além de não promover melhora nos índices de mortalidades, estava, na verdade, associada a um maior tempo de hospitalização e de necessidade de ventilação mecânica. Portanto, o uso do tratamento precoce de forma generalizada, como Mayra Pinheiro sugeriu, não teria promovido um alívio no sistema de saúde. Ao contrário, o uso desse tratamento está associado com a necessidade de ocupação de leitos em hospitais e de cuidados intensivos, como ventilação mecânica, o que também demandaria mão de obra e equipamentos médicos e, consequentemente, sobrecarregaria as instalações de saúde.
De fato, o Ministério da Saúde havia recomendado o esquema de tratamento precoce para sintomas leves com a associação entre cloroquina ou hidroxicloroquina com azitromicina. Porém, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia contraindicado o uso desses esquemas de tratamento para a covid-19, seguindo as evidências científicas publicadas que já comprovavam a ineficácia desses medicamentos para tratar essa doença. Outros países que, no início da pandemia, também haviam incluído esse tratamento em seus protocolos de saúde, acabaram removendo-o. Além disso, após o Ministério da Saúde ter publicado essa recomendação em maio de 2020, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) indicou a suspensão imediata do tratamento precoce, afirmando que tal recomendação não era respaldada pelo conhecimento científico, seguindo os passos de órgãos de saúde internacionais e associações médicas especialistas, que contraindicavam a cloroquina e a hidroxicloroquina para essa doença.
Fontes
Axfors C et al. Mortality outcomes with hydroxychloroquine and chloroquine in covid-19 from an international collaborative meta-analysis of randomized trials. Nature Communications. 2021 | Floss M et al. Linha do tempo do “tratamento precoce” para covid-19 no Brasil: desinformação e comunicação do Ministério da Saúde. Interface - Comunicação, Saúde, Educação. 2023. | Nota Pública: CNS alerta sobre os riscos do uso da cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da covid-19. 22 mai 2020. | Singh B et al. Chloroquine or hydroxychloroquine for prevention and treatment of covid‐19. Cochrane Database of Systematic Reviews. 2021.