Descrição
Áudio de reportagem da GloboNews mostra Bolsonaro afirmando que, por decisão pessoal, optou por não tomar a vacina após ler a bula da Pfizer.
Até essa data, registravam-se 601.574 óbitos pela covid-19.
Dados do site https://covid.saude.gov.br
Informações Gerais
Descrição
Áudio de reportagem da GloboNews mostra Bolsonaro afirmando que, por decisão pessoal, optou por não tomar a vacina após ler a bula da Pfizer.
Tipo da evidência
Formato
Atores envolvidos
Temas
Agentes institucionais envolvidos
Número de óbitos registrados na época em que este fato aconteceu
601574
Dados da fonte de informação
Data da publicação
3 de maio de 2023
Título original
"Eu não tomei a vacina", diz Bolsonaro após operação da PF
Fonte de coleta (Dados da fonte de informação)
G1
Link para o material original
O que diz a ciência
Conteúdo sobre o que diz a Ciência
Em declaração pública, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que optou por não tomar a vacina contra a covid-19, justificando sua decisão com base na leitura da bula da vacina da Pfizer. Essa declaração gerou desconfiança em parte da população e contribuiu para incitar a hesitação vacinal.
É importante entender que toda bula de medicamento ou vacina contém informações sobre possíveis eventos adversos, incluindo aqueles raros ou graves. Isso é uma exigência regulatória para garantir a transparência e mostrar que os riscos existem, mesmo que sejam pequenos. No caso das vacinas, esses eventos adversos são monitorados durante toda a vida útil do produto no mercado, em uma etapa chamada farmacovigilância (fase IV dos estudos clínicos). É nessa fase que ocorre o monitoramento da vacina em uso, o que garante a segurança desses produtos, visto que os eventos adversos graves após a vacinação passam por investigação, e havendo uma relação causal com a vacina, o risco-benefício é reavaliado. A farmacovigilância garante que medicamentos e vacinas sejam monitorados continuamente, mesmo após sua aprovação e uso na população geral, para que sejam identificados e investigados os possíveis eventos adversos, a fim de determinar sua relação com o produto. Caso os riscos se tornem maiores que os benefícios, a vacina deve ser retirada do mercado, reforçando a segurança do processo de vacinação.
No caso da vacina da Pfizer, as evidências continuam mostrando que ela é segura e eficaz contra a covid-19. Os eventos adversos graves listados na bula da vacina são extremamente raros e, por isso, continua sendo segura e importante para prevenir as complicações da covid-19. A vacina da Pfizer foi amplamente testada e demonstrou ser segura e eficaz contra a doença. A aprovação por agências como a Anvisa, a FDA (EUA) e a EMA (União Europeia) atesta que os benefícios superam os riscos. No caso das vacinas de covid-19, há registros de eventos adversos graves como trombose, miocardite e até mesmo óbitos relacionados à vacina; no entanto, a covid-19 é uma doença que oferece um risco muito maior no desenvolvimento dessas complicações. Pessoas não vacinadas tiveram maior risco de adoecimento grave e morte, de acordo com diversos estudos publicados e com os dados disponibilizados pelos órgãos sanitários. O Boletim Epidemiológico nº 10 do Ministério da Saúde revelou que, entre todas as vacinas contra a covid-19 utilizadas no Brasil, a Pfizer foi associada à menor mortalidade nos eventos adversos reportados. Isso reforça que os riscos associados a essa vacina são extremamente baixos, especialmente quando comparados aos benefícios de prevenir hospitalizações, complicações graves e mortes causadas pela covid-19.
Além disso, as vacinas de covid-19, incluindo a Pfizer, foram fundamentais para o controle da pandemia no Brasil e no mundo, contribuindo para salvar milhões de vidas e reduzir o impacto da doença. Discursos que levantam dúvidas sobre vacinas sem fundamentação científica, como o de Jair Bolsonaro, aumentam a desconfiança da população e estimulam a hesitação vacinal. Isso mina os esforços de saúde pública, reduz a adesão a campanhas de vacinação e expõe a população a riscos desnecessários, como novas ondas de doenças preveníveis pela vacinação. As vacinas são uma das ferramentas mais eficazes para proteger a saúde pública e combater crises sanitárias. No caso da covid-19, elas foram indispensáveis para nos tirar de uma crise global. A declaração de Bolsonaro não reflete os critérios de segurança e eficácia da vacina. A vacina da Pfizer, assim como outras vacinas contra a covid-19, é amplamente segura, eficaz e monitorada continuamente para proteger a saúde da população. Informar-se com fontes confiáveis e seguir orientações das autoridades sanitárias e órgãos de saúde é essencial para não correr o risco de se orientar por desinformação.
Fontes
Brasil. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico - Volume 54 - nº 10. Monitoramento da segurança das vacinas covid-19 no Brasil até a semana epidemiológica nº 11 de 2023. | CDC. U.S. Centers for Disease Control and Prevention. Coronavirus Disease 2019 (covid-19) Vaccine Safety. 30 out 2024. | FDA U.S. Food and Drug Administration. covid-19 Vaccine Safety Surveillance. 07 dez 2021 | Graña C et al. Efficacy and safety of covid-19 vaccines. Cochrane Database Syst Rev. 2022. | Majeed A et al. Assessing the long-term safety and efficacy of covid-19 vaccines. J R Soc Med. 2021 | OMS Organização Mundial da Saúde. Segurança das vacinas COVID-19. 31 mar 2021. | Polack FP et al.; C4591001 Clinical Trial Group. Safety and Efficacy of the BNT162b2 mRNA Covid-19 Vaccine. N Engl J Med. 2020. | Sadoff J et al.; ENSEMBLE Study Group. Safety and Efficacy of Single-Dose Ad26.COV2.S Vaccine against covid-19. N Engl J Med. 2021. | Tanriover MD et al.; CoronaVac Study Group. Efficacy and safety of an inactivated whole-virion SARS-CoV-2 vaccine (CoronaVac): interim results of a double-blind, randomised, placebo-controlled, phase 3 trial in Turkey. Lancet. 2021. | Voysey M et al.; Oxford Covid Vaccine Trial Group. Safety and efficacy of the ChAdOx1 nCoV-19 vaccine (AZD1222) against SARS-CoV-2: an interim analysis of four randomised controlled trials in Brazil, South Africa, and the UK. Lancet. 2021. | WHO World Health Organization. Coronavirus disease (covid-19): Vaccines and vaccine safety. 8 out 2024. | WHO World Health Organization. Vaccine efficacy, effectiveness and protection. 14 jul 2021.