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“Não há ambiguidade na posição da OMS a respeito da imunidade coletiva por contágio, baseada em evidências científicas e largo consenso na comunidade internacional. Em 12/10/20, o Diretor-Geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou: A imunidade coletiva se alcança protegendo as pessoas contra o vírus, não as expondo ao vírus. Nunca na história da saúde pública recorreu-se à imunidade coletiva como estratégia para responder a um surto, muito menos a uma pandemia. Isto suscitaria problemas científicos e éticos. Em primeiro lugar, não sabemos o suficiente sobre a imunidade ao vírus da covid-19. A maioria das pessoas infectadas pelo respectivo vírus desenvolve uma resposta imunitária durante os primeiros dias, mas não conhecemos a intensidade nem a duração desta resposta, nem a forma pela qual pode variar de uma pessoa a outra. Temos algumas pistas, mas não o panorama completo. Por outro lado, há casos conhecidos de pessoas infectadas pela segunda vez pelo vírus da covid-19. Em segundo lugar, a imensa maioria das pessoas na maioria dos países segue sendo suscetível a este vírus. Os estudos de soroprevalência sugerem que, na maioria dos países, as pessoas infectadas pelo vírus da covid-19 representam menos de 10% da população. Por conseguinte, deixar que o vírus circule descontroladamente supõe infecções, sofrimentos e mortes desnecessários. Ademais, embora as pessoas idosas e as pessoas com enfermidades pré-existentes sejam mais expostas ao risco de doença grave e morte, não são as únicas que correm este risco. Faleceram pessoas de todas as idades. Em terceiro lugar, estamos apenas começando a conhecer as consequências de longo prazo sobre a saúde das pessoas infectadas pelo vírus da covid-19. Estive reunido com grupos de pacientes que sofrem do que está sendo chamado de ‘covid-19 prolongado’, a fim de compreender seus sofrimentos e necessidades, de maneira que possamos promover a pesquisa e a reabilitação” (p. 20-21).
Descrição
Trecho do relatório do CEPEDISA/USP, “A Linha do Tempo da Estratégia Federal de Disseminação da Covid-19”, que destaca a posição da Organização Mundial da Saúde (OMS) contra a imunidade coletiva por contágio. A organização afirma que essa estratégia nunca foi usada para conter surtos e apresenta riscos éticos e científicos. No entanto, segundo o relatório, essa política foi propagada pelo governo brasileiro, contrariando evidências científicas e o consenso internacional.
Até essa data, registravam-se 459.045 óbitos pela covid-19.
Dados do site https://covid.saude.gov.br
Informações Gerais
Descrição
Trecho do relatório do CEPEDISA/USP, “A Linha do Tempo da Estratégia Federal de Disseminação da Covid-19”, que destaca a posição da Organização Mundial da Saúde (OMS) contra a imunidade coletiva por contágio. A organização afirma que essa estratégia nunca foi usada para conter surtos e apresenta riscos éticos e científicos. No entanto, segundo o relatório, essa política foi propagada pelo governo brasileiro, contrariando evidências científicas e o consenso internacional.
Tipo da evidência
Formato
Agentes institucionais envolvidos
Página(s) do trecho selecionado
20-21
Número de óbitos registrados na época em que este fato aconteceu
459045
Dados da fonte de informação
Data da publicação
28 de maio de 2021
Fonte de coleta (Dados da fonte de informação)
CEPEDISA – CENTRO DE PESQUISA EM DIREITO SANITÁRIO; CONECTAS DIREITOS HUMANOS. A linha do tempo da estratégia federal de disseminação da Covid-19. São Paulo: CEPEDISA/USP; Conectas, maio 2021.